INSPIRAÇÃO
Eis que a inspiração vem
Num rompante, sem avisar
Pode ser por alguém
Uma coisa ou um lugar
A caneta se traveste de arado
Lavrando as folhas do papel
Semeando rimas sem embargo
Vezes doce, as vezes um fel
Porque escrever? -Não busco a razão
Talvez para dizer sem dizer
Coisas que pensa o coração
Mas cala por medo ou timidez
Ou talvez sirva para aplacar
O fogo que consome incessante
Uma forma de acalentar
Desejos guardados, inquietantes
Estas palavras semeadas
Talvez brotem ou talvez virem pó
Mas as que germinarem
Juntas não ficarão sós