Afogando recordações


Para não mais sofrer decidi
Afogar minhas recordações,
Matar meus desenganos,
Escoar minhas lágrimas,
Esquecer as mágoas.
Recomeçar a viver!

Até as bordas enchi a banheira,
Lá fui jogando minhas lembranças.
As mais doloridas,
As que mais magoaram,
Foram as primeiras
A submergir.
E lá ficaram,
Para não mais retornar.

Assim,
Aos poucos, fui me livrando
Do que não interessava,
Do que me incomodava,
Magoava e feria:
Ilusões perdidas,
Sonhos não realizados,
Aquele amor mentiroso
Que ainda doía.
As falsas promessas
Em que acreditei um dia.
Desenganos e traição,
As injúrias e as palavras duras,
A raiva e a amargura
Que mesmo contra a vontade sentia.

Deixei que escoassem pelo ralo,
Livrei-me dos fragmentos que ficaram.

Com água limpa
Tornei a encher a banheira,
Nela coloquei sais perfumados
E, com carinho, fui deixando escorregar
O que de bom havia separado:
A alegria que sempre me acompanhou,
Os momentos de felicidade,
A esperança que nunca me deixou,
As vitórias conquistadas,
As metas alcançadas,
Os sonhos
Que se tornaram realidade.

Com cuidado...
Deixei que a água escoasse.
Meus troféus recolhi,
Com amor os sequei.
Em local bem visível os guardei,
Para vê-los, senti-los
E, assim,recordar
Os bons momentos que vivi,
Quem sabe...renascer,
Outra vez tentar ser feliz!





 
Antonia NeryVanti (Vyrena)
Enviado por Antonia NeryVanti (Vyrena) em 20/11/2012
Reeditado em 14/10/2017
Código do texto: T3996132
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