Alma das Coisas
Coisa boa é a lembrança
(saudade doída é doida).
Ela é uma magia...
Basta lembrar e se é transportado
para outros tempos, outros lugares.
Transporto-me para a casa
que possui minha memória infantil.
Visito cada cada cômodo.
Visito cada hora que ali vivi.
Eu passeio pelo jardim.
Eu revejo cada planta.
Visito o barracão dos fundos
onde ficava tudo aquilo
que havia sobrado
e não se usava mais.
Ali ficava
Quer fazendo raias,
Quer folheando revistas velhas,
Quer mexendo em alguma coisa.
Eu passeio pelo pomar.
Chupo uma lima
e subo na ameixeira.
Volto à atualidade.
Que bom que se perdermos no tempo
as coisas que são físicas,
as suas almas ficam escondidas
dentro da gente!
Quando elas sentem saudades de nós,
nos chamam à lembrança se materializando
e voltam a existir em nossos pensamentos.
Leonardo Lisboa, Barbacdena, 10/11/2000
POEMA 845 – Caderno: Amor Dormido e Sonhado.