ANGUSTIA
Ouço teu silencio estrangular meu riso
Vejo tua sombra roubar meu sono
E até a lucidez desse poeta insano
Delirante em febre desejou o abismo
Quantas noites precisarei chorar?
Com essas verdades a violentar meus sonhos
Loucos sorrateiros de verdades em punho
Mutilando o encanto do real ninar
E quando o grito eu precisei calar
O teu olhar aflito minha alma transpassou
Como um punhal de fogo, ácido e dor
Dilacerando os planos que eu quis ousar
Em quantos dias secarão meu mar?
Em quantos versos te traduzirei?
Em qual deserto me descobrirei,
Colhendo estrelas para te enfeitar?