FELINA

No espaço que fica entre o abandono
e a criação, solitária prisão,
invoco tua imagem.
És personagem.
Eu sou a criatura sem sono
que avança a madrugada
à tua procura.
Igualmente sou o amante
que te viaja na possibilidade
dos sentidos, invade as reservas
ainda guardadas numa verdade
já descabida. Te descubro menina
a brincar os brinquedos da tesão,
agora madura, pronta, despojada,
prestes à loucura.
Arrisco-me ao que conservas
intacto. Finges presa, és felina.

Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 19/11/2012
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