PELA CALÇADA, O LUAR
O jardim pode ocupar um pedaço
da calçada e o luar nele deitar-se.
Meus olhos permanecerão opacos
por sonhos obstruídos. O braço
do destino me tomou de surpresa
no difícil labor de recolher cacos
de um amor perdido no disfarce
que fizera da alma eterna presa.
O luar e o jardim, mudas testemunhas,
permanecem aqui. De mim duvido.
Daquele amor, vagas lembranças.
De ti, de um resto que propunhas,
daquilo que inutilmente tentamos,
pouco ficou. Deixamos nossas crianças
de lado e, depois de tudo decidido,
nem sequer num gesto nos perdoamos.
Hoje a calçada não tem luar, nem jardim.
Nada somos. Sequer nos percebemos
e o assobio do vento não passa
de um sopro do passado.
O jardim pode ocupar um pedaço
da calçada e o luar nele deitar-se.
Meus olhos permanecerão opacos
por sonhos obstruídos. O braço
do destino me tomou de surpresa
no difícil labor de recolher cacos
de um amor perdido no disfarce
que fizera da alma eterna presa.
O luar e o jardim, mudas testemunhas,
permanecem aqui. De mim duvido.
Daquele amor, vagas lembranças.
De ti, de um resto que propunhas,
daquilo que inutilmente tentamos,
pouco ficou. Deixamos nossas crianças
de lado e, depois de tudo decidido,
nem sequer num gesto nos perdoamos.
Hoje a calçada não tem luar, nem jardim.
Nada somos. Sequer nos percebemos
e o assobio do vento não passa
de um sopro do passado.