Renascer das trevas

Renascer das trevas

Morro à cada palavra escrita

As vezes alço voo e espatifo-me no chão

Feito som de furacão que ainda não veio...

Mas que virá...

Enquanto viro algodão!

Ou dragão...

Quando, solto fogo pelas ventas...

A dor é chumbo grosso

Fico quieto num canto

Até que passe...sempre alivia...

Vejo-me voltando ao ver-me

Renascer das trevas

Esquartejado

Esfarelado

Sangrando

Sempre fui o primeiro...de mim...

E me orgulho disso.

Ninguém sofre por ninguém

A dor tem que ser sentida

Degustada!

Delirada...

Ter febre!

Só assim aquieta-se com o tempo

O grande "Senhor da Sabedoria"!...

As vezes um olhar de piedade,

Dói mais ainda...

Uma palavra fora do lugar, deveria ter ficado muda...

E a indiferença dos amigos de bar,

Que flutua no ar...dos pensamentos infinitos...

Bala cravada no peito dos aflitos...

Facada num mudo grito.

Nunca me esquecerei...

Me deixaram interiormente feio...por um tempo...

Aos confins da Lua negra, insinua-se e bisbilhota

Arrogante e petulante Lua Cheia...

Grávida de tantas idéias e desaforos,

Míngua primeiro

Antes que soprem versos

Depois engravida...

Quando pari...Nuvens de estrelas...

Estrela cadente...Cordão umbilical cortado!

O que seria da minha vida...sem ti! Ó versos

Apenas um lenitivo

Palavras ao vento?

O que seria da vida sem sentir tudo... Ó versos

Essa explosão interior de acalanto e desencanto?

E por aí, fui... buscando-os...

Palavra por palavra

Pétala por pétala

Em árvores nos horizontes dos jardins

Versos são rosas em buquê carmesim...

Feito sangue que percorre minhas veias e artérias

E vão sugando o cheiro de mofo dos armários...

Santuário de roupas...Borboletas de ninfetas...

O que fazer?

Sou jardineiro,

Quero aguar as plantas do teu jardim.

O que há em mim?...

Preguiça

Petulância

Profano

Sagrado?

O que há em mim?...

Sei que existe verde, além dos jardins que vejo

E tanta elegância...

Espero por ti flor amarela , todos os dias

Tu despertas a poesia que em mim arde

Feito labaredas

Cozinhando amor em fogo brando

Em panela vazia...

Salve! Diva!... Minha companheira...

Abro a porta...Entras no chuveiro e me banhas...

Na nascente de cachoeiras que não tiveram fonte...

Desfaleces nos versos, até meus confins

Gritando não, dizendo sim.

Morro, uivo...

Nunca fui vida

Lobo faminto

E intenso...Muito intenso...

Em meu coração poente...De porcas alegrias

Nunca minto.

..E dizias que me amavas...

Amarraste a corda no pescoço

E fui eu quem encontrei-te jaz...

De joelhos, coitado dos meus joelhos...

Tanta amargura

Jamais tiveram cura...

E sofro

Nem sei porque reparto essa dor íntima de mim,

Certas dores, são tão minhas...

Por isso, morro de dor, ainda.

Sou relva, pedra, selva...

Quando não sou Luz...Iluminando trevas...

Tony Bahia.

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E vai mexendo bem nas entranhas

Coisas estranhas

Que nascem lá

Bem lá dentro

Cheio de raízes

Esquisitices

Tão só usadas por benzedeiras

E por rendeiras

Que fazem teias para o amor.

Parindo dores

Cheirando flores

Sofrendo horrores

Mas só quem ama

Deita na cama

Então proclama

E não reclama

Aceita e chama

O seu valor.

Estrela Radiante.

Obrigado querida Preta, pretinha, pela linda inspiração...

Carinho sempre, tony.

Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 19/11/2012
Reeditado em 22/11/2012
Código do texto: T3993696
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