Solidão
Eis aqui minha desdita:
Óbvia armadilha da vida,
Pegou-me a vil maldição.
De tanto dizer que "Não!"
Minha cabeça baixa-se ao "Sim"
Agora bem perto do fim
O alicate fechou a argola,
Dependurada numa gaiola
Espero que alguém me acuda
Mas como gritar se estou muda?
Não ouço ruído nenhum
Lampejo não vejo algum
Caio enfim nesta desgraça
E dentro da minha carcaça
Cresce enfim o embrião
Do que virá a ser solidão.