AO CRIADOR, TODA A GLÓRIA!
É fim de tarde.
Uma linha reta e infinita divide o céu e a terra!
Do sol, o que resta,
São matizes irreproduzíveis,
São laivos de cor laranja, rósea, azul,
Como grandes pinceladas desleixadas...
E toda esta beleza
Vem pousar nas águas represadas do São Francisco.
Sinto-me diante do mar!...
Eu, minúscula criatura, extasio-me com tanta grandeza!
Parece-me que o céu desceu à terra
E veio descansar na translucidez das águas!...
Uma estrela, única e silente,
Invejosa da minha contemplação,
Vem espiar também.
Agora, no lusco-fusco da tarde,
No murmúrio da brisa que se harmoniza com o sussurro doce das águas,
Somos duas espectadoras mudas,
Extasiadas pelo poder infinito do Criador!!!