À NOITE
A tarde
Radiante
Declina
Distante
Do monte
Por trás.
Um raio
Que arde
No espaço
Dourado
Sanguíneo
No céu
A nuvem
Desfaz.
A lua
Se inclina
No escuro
Do impuro
Mormaço.
Na rua
Quieta
Num açoite
Um poeta
Dá beijos
Na boca
Da noite
Que o prende
Num abraço.
_______
A tarde
Radiante
Declina
Distante
Do monte
Por trás.
Um raio
Que arde
No espaço
Dourado
Sanguíneo
No céu
A nuvem
Desfaz.
A lua
Se inclina
No escuro
Do impuro
Mormaço.
Na rua
Quieta
Num açoite
Um poeta
Dá beijos
Na boca
Da noite
Que o prende
Num abraço.
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Nota do autor.
A história deste poema é a seguinte: fazendo um estudo paralelo dos poemas Noite Tempestuosa, de Gonçalves de Magalhães (Introdutor do Romantismo no Brasil) e A Tempestade, de Gonçalves Dias (Genial poeta e principal representande da 1ª fase
romântica em nosso país), o meu trabalho ficou muito extenso para uma publicação aqui no site.
É algo interessantíssimo verificar, na semelhança e beleza temática de ambos, o que os aproxima e os distingue. Ambos falam de tempestade. O primeiro intitulando-a com uma locução - Noite Tempestuosa -, o segundo substantivando-a - A Tempestade - Gonçalves Dias, infinitamente superior a Gonçalves de Magalhães, constrói um monumento ao descrever a tempestade usando todos os recursos poéticos de que dispunha, na medida em que a tempestade se avoluma, até o seu término. Todos os recursos métricos aí são utilizados, num movimento crescente, dos dissílabos ao dodecassílabos, retornando aos primeiros no final do poema e final da tempestade.
O meu poema À Noite, refere-se ao que diz o título. Mas há um outro poeta dessa fase - Casimiro de Abreu - que escreveu A VALSA, em cujo poema desenvolveu os versos de duas sílabas poéticas, exatamente para dar-lhe o ritimo que tem o gênero musical de que fala o poema. Assim, Gonçalves Dias inspirou-me o tema (embora a minha Noite não seja tempestuosa) e Casimiro, o ritmo.
* Quanto ao acento grave (crase), há diferença entre a noite e à noite.
romântica em nosso país), o meu trabalho ficou muito extenso para uma publicação aqui no site.
É algo interessantíssimo verificar, na semelhança e beleza temática de ambos, o que os aproxima e os distingue. Ambos falam de tempestade. O primeiro intitulando-a com uma locução - Noite Tempestuosa -, o segundo substantivando-a - A Tempestade - Gonçalves Dias, infinitamente superior a Gonçalves de Magalhães, constrói um monumento ao descrever a tempestade usando todos os recursos poéticos de que dispunha, na medida em que a tempestade se avoluma, até o seu término. Todos os recursos métricos aí são utilizados, num movimento crescente, dos dissílabos ao dodecassílabos, retornando aos primeiros no final do poema e final da tempestade.
O meu poema À Noite, refere-se ao que diz o título. Mas há um outro poeta dessa fase - Casimiro de Abreu - que escreveu A VALSA, em cujo poema desenvolveu os versos de duas sílabas poéticas, exatamente para dar-lhe o ritimo que tem o gênero musical de que fala o poema. Assim, Gonçalves Dias inspirou-me o tema (embora a minha Noite não seja tempestuosa) e Casimiro, o ritmo.
* Quanto ao acento grave (crase), há diferença entre a noite e à noite.