FIM DA LINHA

Talvez fosse a paisagem...

Nao importa se estava em um descampado

Ou em um cruzamento urbano

Olhou a cruz de santo andre na placa

E nao mais sentiu-se humano.

O ceu estava claro e limpido

Nao queria ser salvo

So queria apenas um trem

Entao retorceu o paleto ate deixa-lo alinhado

Acertou o relogio entre o radio e o ulna

Enxugou do rosto a covardia e o ressentimento

Lembou de todos os amigos como num livro de uma linha só

E respirou toda a podridao do mundo

Enchendo o pulmao com o mal cheiro da solidao.

La vinha ele trazendo consigo o som da morte

Oponente como um grande ator entrando em cena rasgando o palco

Com todo o seu maquinario infernal

Ao certo ja teria estraçalhado algo

Um ultimo olhar ao relogio

Como se aquela estupidez tivesse hora marcada

Como se nao tivesse pago o bilhete do embarque

Como se cada ente querido quisesse ficar com uma parte

Pensou e tentou recuar...

Nao havia mais tanta distancia

Nao havia mais homem

...apenas partes.

VANDERLI ALVES(05 outubro 2011)