Poesia desfolhada
Poesia desfolhada
Ando por becos escuros
Saio de labirintos
As vezes nem me sinto
Sou breu...
Feito meretrizes no cais
Do universo dos versos
Tatuo meus alvos
Erro o tiro no umbigo.
Ainda bem...
As vezes me perco
Nunca esqueço os deuses
Que fizeram altar em minh'alma...
Acendo velas
Asteio mastro
Levanto velas
São seres de Luz
Que me iluminam
Feto aquarelas...
Fecunda árvore
Folhas balançam ao vento
O tempo não tem tempo de pensar
E as vezes se arrasta
Feito cobra pronta para o bote
E aparece, feito morte...
E se não mata...vira lagarta.
Sempre me mato
Poesia mata
Só não mata barata...
Por mim que estou sofrendo
Comigo me desavim
Comigo por um triz
Feito cisne
Sem o lago dos cisnes.
Tudo é tão pouco
E transbordo minh'alma louca
Aos poucos... aos poucos
Pingando...conta gotas
Vou me definhando
Dores nos cotovelos e pernas
Uma baderna quiçá de agonia...
Assim são meus dias e horas
Afrouxo o cinto, arranco gravata
A civilização sufoca meu pescoço
E a cidade arde em chamas em meu peito...
Percorro feito andarilho a tecla
E num vai e vem de insano pensamento
Alimento-me pouco
Sou poesia
Nos poros, suores no rosto
Gota à gota, pingando...pingando...
Será que me causará danos?
A poesia vai acabar me desfolhando...
Durmo sobre ela
Será que ronco?
Cada folha que cai
São palavras que saem
Do meu tronco.
Tony Bahia.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨interação¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Do teu tronco colossal
Fiz o meu firmamento,
Adubando o rosal
Pelo qual lamento.
As minhocas me juntei
A pesquisar as raízes,
Os brotos desfolhei,
Violentei as meretrizes.
+++++++++++INTERRUPÇÃO+++++++++++++
O zumbido da sirene
Zomba da minha interação,
Brinca de ser solene
E finda em explosão.
Paz e amor, David (em Tel Aviv, Israel)
Resposta...
Que tudo se acalme, David!
A cor da guerra não tem luz
Ninguém merece interrupções
Paz te proteja e as Nações
Com minha Fé em Orações.
Tony.