NÃO TE DOAS DO MEU SILÊNCIO
Não te doas do meu silêncio,
da minha dor.
A vida é.
Não podemos cobrar muito: só lutar.
Não quero choro nem tapas nas costas.
A possibilidade de viver me anima.
Sei que muitas são as batalhas.
Meu corpo sabe que as feridas compõem o mapa do sofrimento, mas quero.
Preciso, no entanto, de escudo, de lança de elmo.
Minha palavra.
O ato de tocar a palavra, ação diária.
É néctar.
Sem ela sim poderias me consolar.
Sem essa bondade divina: esquizofrenia.
As flechas vem de todos os pontos e querem me atingir.
Só não podem atingir no meu calcanhar.
No resto do corpo inteiro podem atingir bater machucar....
Podem sim, digo.
Estou pronto a isso: livro da vida.
A consciência já se despertou em mim para o mal querer.
Muitos afirmam: te escondes nela.
Digo:que seja.
Sou diminuto...Pequenininho ante o mundo-homem.
Sou mendigo. Tenho necessidades da palavra.