MULHER

Tem um ser desconhecido por dentro,

Que vem em forma de luz,

Mas tem uma lança afiada, que tange,

Que atrai e que mata,

Que a esta força reduz.

Traz um enigma no olhar,

Que nem todo olhar possui.

Pois tem um profundo mistério,

Desvenda quem nele se dilui.

E quando no negro da noite,

Esta mulher se emancipa,

Traz uma fera, uma deusa,

De encantos, quimeras, tantos outros tantos.

Ela mesma se admira

Das luzes e cores do palco,

Da arte que essa alma inspira.

Ás vezes a fera adormece

E acorda em apologia,

A deusa também se esquece

De sua filosofia,

Quando louca, nada pensa,

Apenas vive a noite ou o dia.

Nesse navegar constante,

Uma fera se aflora e se anuncia,

Rasgando o mundo pelo pão,

Tentando viver a utopia.

De ser gente nesse chão

Onde há tanta covardia.

Sobrevoando a vida, nessa analogia,

Tentando encontrar um porto.

Vez em quando um pranto vive,

Quando em vez ele está morto.

As ondas que hora marés,

Ás vezes se tornam redemoinho.

Ai a fera, apenas uma mulher;

Sai rasgando os caminhos

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GLAPHIRA RABELO
Enviado por GLAPHIRA RABELO em 16/11/2012
Código do texto: T3989671
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