Pela Janela da Sala
Posso explicar as chuvas das tardes tristes,
os pássaros escondidos, as crianças caladas,
as flores de pele macia com mãos enrugadas,
a cor querendo romper o cinza padronizado.
Agonizado, posso escrever o pretenso poema,
calado, na música do piano fechado pela poeira,
protegido da umidade pela cortina, leve peneira,
a filtrar a visão pesada que carrego do externo.
Andar entre a minha tristeza é a esquiva viva,
do meu estabelecer, da estabilidade neurótica,
da penalidade sofrida ao nascer quase caótica,
é por isso que chove a vida, pela janela da sala.
Posso explicar as chuvas das tardes tristes,
os pássaros escondidos, as crianças caladas,
as flores de pele macia com mãos enrugadas,
a cor querendo romper o cinza padronizado.
Agonizado, posso escrever o pretenso poema,
calado, na música do piano fechado pela poeira,
protegido da umidade pela cortina, leve peneira,
a filtrar a visão pesada que carrego do externo.
Andar entre a minha tristeza é a esquiva viva,
do meu estabelecer, da estabilidade neurótica,
da penalidade sofrida ao nascer quase caótica,
é por isso que chove a vida, pela janela da sala.