Desdém
Eu grito o seu nome a toda hora
Mais alto que essa dor que dói demais
Uso toda minha potência sonora
Exijo demais de minhas cordas vocais.
Escrevo-lhe canções apaixonadas
E as canto pra você na luz do dia
Você me olha com desdém e dá risadas
Ao jogar em mim um balde de água fria
Desisto, não faço mais serenata
Nem trago mais filmes pra você ver
Você não passa de uma suja rata
Vagando nos esgotos do seu ser.
Agora você grita como louca
Enquanto vaga por igarapés
Inutilmente você fica rouca
Por usar os seus incríveis decibéis.
Olho você de cima para baixo
Escarro em sua face com vigor
Agora sou eu quem não me encaixo
Nesse seu mundo de fezes e horror.
Você decidiu os rumos dessa história
Ainda sinto o gosto amargo do desdém
Você não lembra? Eu tenho memória...
E também sei dar desprezo muito bem!