Mudo
palavras bonitas
insistem em nascer
de bocas emudecidas pelas
incertezas do viver.
Vem dos corações esquecidos
dos egos aturdidos
pela pachorra de não ser.
E ainda que não se adube
as ideias que afloram
o poetar e o crescer
vem da alma o deslumbre
dos olhos, o cardume
de lágrimas a escorrer...
Pelo dia que escorre
pelo sorriso que morre
por quem não apareceu
já que, em cima do muro
em silencio, vendo tudo
esqueceu-se do adeus.