Para tu! Adivinhas?...

Trecho de "Passagem das horas"

Multipliquei-me, para me sentir,

Para me sentir, precisei sentir tudo,

Transbordei, não fiz senão extravasar-me,

Despi-me, entreguei-me,

E há em cada canto de minh'alma

um altar a um deus diferente.

Fernando Pessoa

(Alvaro de Campos)!.

Para tu! Adivinhas?

Tu arrancas minh'alma de mim

Fazes furacão em meus confins

E beijo tuas sílabas e palavras...

És o amanhecer com cara em tons de luz

O entardecer mais que fruta madura

Vulcão em lavas...

Tens em ti o dom do redemoinho das palavras

E com elas te entregas sem medo

Sagrado e profano

Atrás de sino em Igrejas.

Caminhando nas noites insones...

Sou múltiplo e devasso

Me penduro no cabideiro...

Veste minhas vestes e me desnuda

No chuveiro...

Procuro quem és em mim e te encontro

Tão doce, caramelo de ternura

Por segundos te perco

E quando te perco, nunca me acho...

Ouço-te...

No latido do cachorro

No miau do gato

Em tudo, enfim...

Passeias em mim

Devora-me em latim

Em espanhol...

Danças Tango em Madri...

Pensas que não vi?

Contigo sonho.

Saboreio-te feito bolo confeitado

Um arrepio na espinha, congelado

Derretes meus icebergs...

Ao teu deleite

Prefiro que me use

Feito sabonete.

Gosta de manga em cubinhos,

Vou cortar pra ti

E dar-te em tua língua colibri

Que adoça meu jardim.

Sei que me adora

Que me acha foda

Descobriste atrás dos meus Eus

Apenas um Eu: Aquele que te ama...

Sou teu...

Te sinto no coração

Te amo com nó n'alma

Com lágrima sangrando

Colho chuva de estrelas

Verduras na horta

Arrombo à porta para entrar teu ser que amo.

Por frações de segundos

Me escondo

Atrás de escombros

Do teu ombro

Ouvindo teus conselhos atrás da porta...

Um grito soltas

Ouço teu urrro

Ouves meu sussurro

Pulo o muro

Não vou invadir tua casa

Para engravidar-te de mais poesia.

De consciência plena no sótão e no porão

Voo engatinhando pelo chão

Crio asas...

Tony Bahia.

Misericórdia!!!

Para quem será esse edifício monumental de versos?

todos nós embalamos em teus versos

como loucos

não de pedra, de açúcar

loucos de folhas

loucos de nuvens

loucos de tsunamis poéticos.

Tu nós trazes a todos

essa loucura-lava

essa loucura riacho-doce

essa loucura de ninho nos neutros

essa loucura de se calar

a olhar descaminhos e sonhos

como se forâmos todos lúcidos.

Beijos-violeta da ZU!...

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨Obrigado amada Zu!...¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Para sempre estares fazendo parte dos meus versos-página.

"Como loucos...

não de pedra, de açúcar"...

"Resposta"

Quê seríamos de nós sem ela? (Poesia?)

Dessa pseudo-loucura

Que salvam os detritos dos versos?

Um ponto esquecido no Universo?...

Quiçá!...

Vivos estamos

Para saborearmos o mel das amarguras

E como são doce em poesia...

Poesia que alimenta, noites frias

Cobertor frio e quente...Nunca ausente.

Toca a campanhia

Esconda-se no guarda-roupa

Cuidado com as traças

Elas são mais loucas que nós...

Tony Bahia.

Beijo ZU!...e carinho do amigo, tony.

Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 15/11/2012
Reeditado em 02/12/2012
Código do texto: T3987529
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