a um amigo
soletra-se esparso este meu verso:
não quer se convencer de si
e se dispersa
lento
lerdo
lendo-me por vários reversos de mim
- Sereno, mi hijo!
diria o velho amigo que se foi
assim sem data
assim por nada
e fecharia os olhos
e mentiria um tango
e brindaria um trago
à infinita razão que o verso tem em ser assim:
pois que este verso branco
em se morrendo
pode recriar-se em novas rimas
em outras novas linhas
de uma poesia ainda oculta em mim
sentido
silêncio
- Sereno, mi hijo!
enfim
vejo a estrada que se contorce ao longe
e me parece querer tanto desfazer-se de si
como quisesse, assim como meu verso,
reabrir-se em novas trilhas
como quisesse tanto
não morrer de tanto ir