Destino
Meu presente é um mistério
nunca sei onde o caminho de pedras levará
se ao paraíso provisório ou inferno eterno,
o fardo foi-me imposto
derramo infinitas lágrimas
ninguém me enxerga
como sombra minha alma passa através deles
jornada exaustiva ano após ano
o espelho não é meu amigo,
sinais de dor cada vez mais visíveis,
no meio da multidão a mais desprezível dos seres
a vida me parte toda vez que quero sorrir,
quando tento entender a causa o efeito me castiga
agora e sempre, até a próxima vez,
reajo, e vem o destino me tornando sangue vivo
mais uma vez.
Lentamente sinto perder a cabeça;
o fim me acompanha a mente
palavras prometem, a dor tortura
ações confundem; vontades latejam,
sem se realizarem adormecem
eu espero esse veículo onde sou a menor dos mortais.
Sem destino. Até quando?
Até os deuses me completarem?
A mim tornarem um ser humano
até minha ascensão chegar
e minha hemorragia estancar
entre sorrisos haverá o pranto
no meio do êxtase amarga solidão
entre uma surpresa e outra decepção
após o fel, mel provar
até finalmente achar meu lugar.