Destino

Meu presente é um mistério

nunca sei onde o caminho de pedras levará

se ao paraíso provisório ou inferno eterno,

o fardo foi-me imposto

derramo infinitas lágrimas

ninguém me enxerga

como sombra minha alma passa através deles

jornada exaustiva ano após ano

o espelho não é meu amigo,

sinais de dor cada vez mais visíveis,

no meio da multidão a mais desprezível dos seres

a vida me parte toda vez que quero sorrir,

quando tento entender a causa o efeito me castiga

agora e sempre, até a próxima vez,

reajo, e vem o destino me tornando sangue vivo

mais uma vez.

Lentamente sinto perder a cabeça;

o fim me acompanha a mente

palavras prometem, a dor tortura

ações confundem; vontades latejam,

sem se realizarem adormecem

eu espero esse veículo onde sou a menor dos mortais.

Sem destino. Até quando?

Até os deuses me completarem?

A mim tornarem um ser humano

até minha ascensão chegar

e minha hemorragia estancar

entre sorrisos haverá o pranto

no meio do êxtase amarga solidão

entre uma surpresa e outra decepção

após o fel, mel provar

até finalmente achar meu lugar.

Helena Dalillah
Enviado por Helena Dalillah em 15/11/2012
Reeditado em 19/11/2019
Código do texto: T3986610
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