Chão Canibal
Eu vou andando nas vias do meu destino
Desde menino sempre quis o meu lugar
Da vida dura sempre fui um peregrino
Sou nordestino, e esse aqui que é meu lar
Não tenho grana e nunca quis contar com a sorte
Eu piso forte nesse chão que é canibal
Que da comida, mas também que tudo come
Devora o homem que se acha imortal
Não quero ter a sorte triste de morar lá na cidade
Por traz das grades perdendo a mocidade
E vendo o mundo inteiro se odiar
E ainda ter que acordar sempre de madrugada
Correr, descer, lutar subir escada
E ir dormir na hora de acordar
Na ilusão se acabando atras de uma riqueza
Perde a beleza a inocência e o coração
E a alegria é só voltar para o sertão
Não quero não
Ter riqueza e solidão