Desmetricando

Sempre tive em mim a vaidade,

Daquelas de auto-afirmação;

Quando escrevo, por exemplo, a exercito

E me leio depois com admiração.

Pode ser pretensão ou narcisismo.

Pode ser alma de artista ou charlatão.

Mas que este não seja um relato deprimido de mim.

Que seja uma conformidade humanóide passada a limpo, no papel.

Talvez para que eu não esqueça,

Ou para que esqueça;

De que o divino é pura criação,

De que não é possível ser quão bom,

Que a rima nem sempre é rica

E que nem é tão pobre rimar com ão.

12/11/12