como um cão
o mesmo cigarro
atravessado: com sua fumaça
eriçada de fogo e tristeza
De um país bem triste
com sua cara de
merda na beira
de alguma cerca, acendendo
outros bichos, outro
sonos, outros anos !
Sou engasgado como
Um cão, alguma coisa
De mal...engasga do como
Espancamento, como tapa
Na cara,
Como o verme
Que espeta no cu
( buscando a luz que paira
de graça fora dos intestinos)
Da liberdade?
Será que o verme...
Engasgado sim, mas..
Como um cão.;..
Á cozinha do corpo
Na berlinda da esperança
( uma mula sem cabeça)
da cor
do cão do meu salário
da cor do cão, será eu
...dar cor do cão, que
ainda late dentro
da calada do dia...
á beira dos sol
pulando o meio fia
entra a rua e a calçada
que não compra
o amor, o olhar da
moça da janela, nem sequer
uma putinha
barata da rua Augusta
a casa
de piscina ( bem verde como o amor)
da violência...( onde
guardo meu soco, minha dentada
onde guardo minha faca,
minha colher de pedreiro
(a enxada engomada
nos gomos da cana, ou
da moça encardida
sem um homem, sem
dedo, destronada
do olhar do pai, da
mãe ou de qualquer
momento de retrato
engano sim nem pelo
Bojo da boca bem
Limpa, do lábio ressecado
Como algumas lembranças
Já morta que trago que
Trago como cigarro me
Trago pra dentro
De sua dor
do bairro penoso
Ou das estrada sem bolso
(nos travesseiros
de alguma árvores
de flores macho e fêmea
de androceu de gineceu
( da fome? ) dentro da ventaria
das barcos
que navega nas veias de dentro....
que morrem...e nem se dão
conta de como a morte
lhe sorri com os dentes
de pasta de dente recomendado
pelos melhores dentistas
)
e tantos outros
e nos outros cantos
da casa antiga sem gosto
de cidreira, sem mais verdade
somente a casa, sem nada, vazia
desarrumada ( um lago borbulhando
merda na beira da boca
O androceu espetado na garganta
das igrejas.... )
onde guardo meu soco
o dente que tirei da terra
onde jogo toda essa raiva
desse mundo de merda...