Ventos bons, ventos maus
Ventos bons, ventos maus
Que amiúde me trazem o resfolegar do pulmão
Sou invisível, sou como eles,
só me sentem, não me veem
Vou na corda bamba do picadeiro
Movo-me como o translúcido espectral
Sou e não sou
Estou e não estou
Ventos bons, ventos maus
Sou como eles,
Levo a vida como quem anda de metrô
Vagas imagens indistinguíveis passam por mim
Possa minha vida discreta clarear
O diáfano da existência de fantasma
Possa minha vida discreta afugentar
Os medos e fazer valer o risco a correr
Ventos bons, ventos maus
Venham levar para longe
Os traumas e as tensões
Para transmutar a brisa em liberdade...