Noite qualquer
Terça de roça,
bar do asfalto
carros sem freio
abrigo na semana
anoitece, e vem
pausa de amanhã
rodas de mesas,
fineza de gente
de alma pequena
recente de moda
alarido de manequin
novela de cara
raiz de cadeira
cego de amigos
trago de uísque
anzol de máscara
copo vazio
cardume de bandeja
peixe indivíduo
um abrigo latente
na cabeça de vento,
à brisa, um poema:
ler tortura, escrever
é dor de quem sempre
é movimento
ainda é noitinha?!
já é tarde,
a lua apodrece
aos olhos da gente.