Atrevido
A poesia me sai dos dedos
Que eu meto, sem qualquer cerimônia
No profundo breu, no oco
Do juízo insone
Que insiste em pegar o leme
E matar sua avidez, sua fome
De poemas sem rimas
De poemas sem nome
Que gritam seus verbos
Destilam adjetivos
Tocando no X da questão
O enorme buraco que existe no peito do homem
Onde antes havia um coração