Poema de livro
Poema de livro
Esse poema se diz
De Versos pobres
Sem muitos adornos
Ou calça justa, talvez
Para o povo, desgostoso
Da vida, sem nada por
Dentro, quase?
nem sequer comida...
É Poema de destino
Incerto, sem diploma
Peão de roda, ou de obra
Um proto-poema
Triste, descabelado,
Uma drama descabido?
Nem eu seu, seu pai
Poeta calado...
Que sai sem jeito
Nem sequer
Se sabe poema ( será
Esse o problema, sua
Cara fria, desfeita
De cor, na arte melancólica
Da dor:
Ou algo que seja
Apenas um amontoado
De palavras...desalmadas
Descarrilada das valas
Do fígado, de coração?
Nem sei mais meu amigo,
Não tenho tanta pretensão....
Na portaria, entre
Lá e aqui, entre a morte
E a vida, eu lhe
Animo: “levante
A cabeça, sempre
Desobedeça e seja
Apenas isso, essa
Peça sem cabeça...”
Ele não fala, ele
Não rir, não sopra
Como um vento
E não causa cisma
Nesse mundo de babel
Toco-lhe sua alma
E deixo, não nele,
Mas para ele, outras
Palavras
“não se intrometa
em folha avulsa de papel”
pois você é grande, é poema
de livro. Não se venda
à granel