Ritmo e Poesia
A elite se distrai com a Europa
Magnatas compram as cidades
A corte faveliza e sela a aldeia
Intelectuais discutem a soberba
É Hollywood, estética, pobreza
Quando dão conta o mau é bom
Tem uns comunistas no quintal
Os filhos estão lendo O Capital
As crianças da falência crônica
Manifestam silêncio do espaço
Do tempo, da vida, e da língua
O fidalgo e a pastora procuram
O elo entre a música e a poesia
Encontram desfazem e abjuram
Não morrem beijos e despedida
Mas sofrem da saudade doentia
A organização da arte é comum
No universo concreto das letras
Plástica, teatro, da musicalidade
Nas influências do neorrealismo
Destarte, seguem aquilo e outro
O estilo é seco, direto e conciso
Estrutura amparada na mudança
Literatura é alimento da criança
Família é base da comunicação
O livro é a nave central e linear
É Vanguarda da transformação
Guerrilha que espalha pela vida
As flores da página quando lida
Ruptura da alienação prematura
Cenários expandidos pela forma
Rumo que altera e desfaz a linha
O homem elegante e culto é rei
Se estiver vestido de humildade
E sua cultura for da comunidade
Diversidade não é só uma rima
Tem que respeitar as diferenças
Ordem e progresso, circo e pão
Mais vale uma ideia na cabeça
Um sorriso, e um livro na mão.