Aprendi um silêncio desses longínquos
De aquietar o que ainda nem existe.
Um silêncio daqueles, eu diria,
Que se faz só se for com a alma,
Essa nossa parte mais bela, porém inexistente.
Um silêncio de tudo, com tudo e por tudo
Contudo, um silêncio tão pouco contundente,
Que se faz na velocidade de um pensamento,
Tão assim mais do que assim tão de repente.
Um silêncio pleno, mas de significados isento,
Um silêncio que enche os olhos e esvazia a mente.
Um silêncio assim que se faz com o próprio corpo,
Silêncio do mesmo olhar cansado de tanto ver,
Da respiração extenuada desistindo de sobreviver,
Da palavra ainda nem proferida, da palavra crente,
Da palavra mais inexistente. E insistente.
Silêncio de todos os sentidos,
Que não encontram mais sentido no sentir
E se ainda sentem é só porque mentem
E insistem em consentir quando o imperioso é esquecer.

Esquecer do próprio silêncio como se tudo tivesse som
E como se o que não tivesse nem sequer existisse...
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 13/11/2012
Reeditado em 03/05/2021
Código do texto: T3983861
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