In-Sônia.
São quatro horas da manhã.
Tento dormir, não consigo;
vou escrever e parar de pensar.
Penso rezar, evitar os castigos.
Mas parece que não acredito
que estou em um deserto
Em que há apenas um Oásis.
Apenas um destino é certo.
Imagino que a tarde é lilás.
Que há flores e perfumes no ar.
Porém meu caminho é torto,
Ando e não deixo pegadas.
E sinto que tudo está tão perto;
o deserto, a tarde lilás, a estrada.
Ouço apenas o som do relógio.
São quatro e tantas da madrugada
e tudo soa tão sombrio, ilógico...
Lembro-me de um carinho, um elogio.
De uma pessoa querida, recordo.
Alguém a quem amo e confio;
Aí penso: logo deste sonho acordo...
Mas não é sonho, apenas insônia.
Ou será este meu castigo afinal?
Imagino a Maria, Isabel ou Sônia...
Que me ame, vou dormir no final...