Quanta pena desse brasil

A poesia estrangulada

no peito estreito

E o coração...

Apertado,

Entre pedras do peito

“você sabe

Como são os corações

Afinal você tem um

Bem ai, ou não se lembra”

“- eu juro que você tem!”

uma voz na multidão

me ajuda...

“Mas voltemos

Pois a poesia não se

Prende a uma única estrada”

O silêncio corre

E dá trombada

No muro de anil

Sem mil vezes (eu repito)

Quanta pena

Desse brasil!

Quanto roubo

Quanta miséria

Quanta sacanagem

Sem mil vezes

“É terra da malandragem”

não vejo o homem

cordial aqui, eu vejo

sim, o homem sem pau

um verme num carnaval

Entretanto

Na vastidão de bruma

Seu fruto fresco ( aquele

Fruto que mereço)

Navega todo acordado

Na frescura de espuma

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 13/11/2012
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