NÃO ME PERTURBES TANTO
Antonieta Lopes
Não me olhes assim, de jeito esnobe,
Eu fico atrapalhada, indefesa,
Meu coração no peito desce, sobe,
Não resiste, do sangue à correnteza.
Eu chego em casa, ponho um velho robe,
E te relembro o garbo, a afoiteza,
Tudo me cai das mãos, pra que eu me afobe,
Basta te ver no olhar a chama acesa.
Eu não posso te amar, não me provoques
Com tua sedução de homem feito,
Na minha carne dando leves toques.
Eu não quero te amar, não é direito,
A minha mão na tua produz choques,
Eu não perdôo falta de respeito.