Poetriz amável errante
Caçador de criações mais libertas
E as verdades mais esbeltas!
Vago, raso, óbvio e insosso...
Ainda assim tão misterioso!
Toca, caminhando, a sua flauta
Ele não sabe o que é a falta.
Farto, guloso, gordo, mimado...
Ainda assim tão amado!
Poetriz, Poetriz!
Eis que sabe viver!
Poetriz me ensina como...
Como viver sem sofrer?
No mais sábio modo, ele poeteia
Sobre as coisas que são alheias.
Poetriz sorri, Poetriz encanta
Com sua flauta, ele engana!
Ele tem as patas de bode
E canta umas ou outras odes.
Voz tão linda, poetriz...
Ele que sabe ser feliz!
Poetriz, Poetriz!
Eis que sabe viver!
Poetriz me ensina como...
Como viver sem sofrer?
Ele, sempre, na floresta
Anda fazendo, sempre, festa.
Pálido rosto, máscara sorri-bela
É uma face perfeita... Tão singela!
Poetriz, Poetriz!
Eis que sabe viver!
Poetriz me ensina como...
Como viver sem sofrer?
Poetriz não sabe
O que é um só amor...
Poetriz não comprende
O que é a minha dor...
Vive apenas, encantando,
Flauta linda, entoante...
Poetriz, fauno esplêndido!
Sátiro amável errante.