Sob a égide do livre-arbítrio do saber

“Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha “ ( Confúcio)

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Quando me descobri nu, os donos do saber,

Enferrujados entre livros de capa-dura, proibiram-me suas vestes;

Teimoso, busquei no meu gueto de desafortunados

Restos de papel rabiscados com tintas envelhecidas;

- Na minha infância, fiz dos trapos de papel minha veste de indignação!

E entre lobos, cachorros, patos... Bichos sem cheiro, sem olfato!

Adotei a onamatopéia do meu rato de estimação.

Com ele, cavalguei pelo mundo de “Sugismundo”,

Carregando pedras, papiro, couro, papel...

Montei e moldei minha montanha de palavras

E descobri que muitos capas-duras não descem ao gueto

Rejeitando-se ao sofrimento na escarpa do livre-arbítrio do saber;

Suas vestes são moldadas nos sofás da acomodação:

- Ao seu direito o conceito de bem viver e discernir!

Bichos de pelúcia são seus animais de estimação:

- Aos seus conceitos o direito de bem dividir!

E vivem aprisionados nas telas da separação:

- Ao seu bem viver a linha reta do conceito do que é direito!

Eu ainda carrego meus bichos e meus trapos...

E entre os guetos e as escarpas da alma... Agora, com calma!

Diariamente, aprendo a dar um trato nas minhas antigas vestes

Sem o epicurismo da acomodação.

Kal Angelus
Enviado por Kal Angelus em 12/11/2012
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