Sob a égide do livre-arbítrio do saber
“Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha “ ( Confúcio)
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Quando me descobri nu, os donos do saber,
Enferrujados entre livros de capa-dura, proibiram-me suas vestes;
Teimoso, busquei no meu gueto de desafortunados
Restos de papel rabiscados com tintas envelhecidas;
- Na minha infância, fiz dos trapos de papel minha veste de indignação!
E entre lobos, cachorros, patos... Bichos sem cheiro, sem olfato!
Adotei a onamatopéia do meu rato de estimação.
Com ele, cavalguei pelo mundo de “Sugismundo”,
Carregando pedras, papiro, couro, papel...
Montei e moldei minha montanha de palavras
E descobri que muitos capas-duras não descem ao gueto
Rejeitando-se ao sofrimento na escarpa do livre-arbítrio do saber;
Suas vestes são moldadas nos sofás da acomodação:
- Ao seu direito o conceito de bem viver e discernir!
Bichos de pelúcia são seus animais de estimação:
- Aos seus conceitos o direito de bem dividir!
E vivem aprisionados nas telas da separação:
- Ao seu bem viver a linha reta do conceito do que é direito!
Eu ainda carrego meus bichos e meus trapos...
E entre os guetos e as escarpas da alma... Agora, com calma!
Diariamente, aprendo a dar um trato nas minhas antigas vestes
Sem o epicurismo da acomodação.