ADEUS SEM VOZ...
Esta tarde chuvosa do meu domingo
afigura-se própria para poesias…
Mas não me acham as palavras,
se as encontro não se agregam.
Desde muito que poesia aclara o mundo
mais que um brilho artificial nos tetos…
Poesia não nasce do chão das fábricas,
nem abrolha em todo canto um poeta!
Eis aí a razão para que o mundo careça
cada vez mais de linhas de produção…
É que nunca aprenderam a tecer as
noites apropriadas para vagalumes!
Depois de uma tarde domingueira vem
uma segunda qualquer e sem cores…
Parece um reinado desfeito, próprio
para as roupas cinza dos operarios!
Meio assim: depois que se saciam,
vil metal sobre os lençóis e um
adeus sem voz!