Devaneios

Não te espantes se porventura

Tu encontrares por aí perdidas

Minhas lágrimas de desventura.

Eu já chorei muito nesta vida.

O amor é um eterno passatempo,

A eternidade, breve instante.

Ah, mas como é longo o meu tormento

Que toda a minha força consome!

De meus dedos esvaem os anos

Escorrendo desvairadamente,

Sem qualquer disciplina ou plano

Ao seu bel prazer incoerente.

Mas guarde o meu sorriso de agora,

Porque emerge de vez em quando

No último verso da aurora.

Antagônica parece a vida

Quando evidente é a solidão.

Não cabe a explicação fingida,

Nem uma espúria solução.

Karoline Correia e Andrés Cala
Enviado por Karoline Correia em 11/11/2012
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