Urge a revoada dos versos!
 
Serpenteiam...
Ardem mi'as veias!
Desconhecem o invólucro da clausura,
desconhecem dogmas...                 

                    Ah... Desconhecem a mim!
 
Urge a revoada dos versos!
Em sentido contrário ao corpo,
em sentido contrário ao sentido do dia...

 
Invoca-me a poesia
para o túmulo dos meus pensares!

Arranca-me o ar,
dança os murmúrios de minhas lágrimas,
 alimenta-se de minhas fraquezas

 
Minh'alma faminta e nua,
veste-se de letras,

nutre-se das carícias das palavras,
das névoas por sobre os poros...
... Dos arrepios!

Nutre-se dos abismos de minhas vagas,
dos desassossegos dos meus quereres,
tal qual vampira de mim

 

Ah minh'alma... 
Não sei se és alva ou soturna...



Suga-me as entranhas! Regozija-se...



Aponta-me à morte da carne
e com olhar de soslaio, dança sua libertação!





 

Denise Matos
DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 11/11/2012
Reeditado em 14/11/2012
Código do texto: T3980688
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