Urge a revoada dos versos!
Serpenteiam...
Ardem mi'as veias!
Desconhecem o invólucro da clausura,
desconhecem dogmas...
Ah... Desconhecem a mim!
Desconhecem o invólucro da clausura,
desconhecem dogmas...
Ah... Desconhecem a mim!
Urge a revoada dos versos!
Em sentido contrário ao corpo,
em sentido contrário ao sentido do dia...
em sentido contrário ao sentido do dia...
Invoca-me a poesia
para o túmulo dos meus pensares!
Arranca-me o ar,
dança os murmúrios de minhas lágrimas,
alimenta-se de minhas fraquezas
para o túmulo dos meus pensares!
Arranca-me o ar,
dança os murmúrios de minhas lágrimas,
alimenta-se de minhas fraquezas
Minh'alma faminta e nua,
veste-se de letras,
nutre-se das carícias das palavras,
das névoas por sobre os poros...
... Dos arrepios!
Nutre-se dos abismos de minhas vagas,
dos desassossegos dos meus quereres,
tal qual vampira de mim
veste-se de letras,
nutre-se das carícias das palavras,
das névoas por sobre os poros...
... Dos arrepios!
Nutre-se dos abismos de minhas vagas,
dos desassossegos dos meus quereres,
tal qual vampira de mim
Ah minh'alma...
Não sei se és alva ou soturna...
Não sei se és alva ou soturna...
Suga-me as entranhas! Regozija-se...
Aponta-me à morte da carne
e com olhar de soslaio, dança sua libertação!
Aponta-me à morte da carne
e com olhar de soslaio, dança sua libertação!
Denise Matos