Vil metal

Esta tarde chuvosa do meu domingo

afigura-se própria para poesias…

Mas não me acham as palavras,

se as encontro não se agregam.

Desde muito que poesia aclara o mundo

mais que um brilho artificial nos tetos…

Poesia não nasce do chão das fábricas,

nem abrolha em todo canto um poeta!

Eis aí a razão para que o mundo careça

cada vez mais de linhas de produção…

É que nunca aprenderam a tecer as

noites apropriadas para vagalumes!

Depois de uma tarde domingueira vem

uma segunda qualquer e sem cores…

Parece um reinado desfeito, próprio

para as roupas cinza dos operarios!

Meio assim: depois que se saciam,

vil metal sobre os lençóis e um

adeus sem voz!

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 11/11/2012
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