Esse castelo

Quando por conta do tempo, ou do cansaço,

O claro que vai se escurecendo, os rosto

Até então belos e vivos perdem seus contornos

Suas formas....

quase não se pode ver, um lâmina

uma fumaça...e toda sorte de lembrança

volta, não do mesmo jeito, é outra cara

que se julga diferente, talvez pela força

da repetição, ou forte de tanto se promover...

uma dança, um vai um volta, as mulheres

se tornam, sei lá o quê, menos misteriosas

um pouco menos de si, claro que junto a isso

o velho quintal onde eu brincava quando,

as mangueiras floridas, a sensação de que

nada faltava e tudo faltava, um engasgo,

um sono, uma vontade de não fazer nada

morrer para o sentidos, deixar que tudo

aconteça lá fora, sem meu juízo, não

sou deus, não sou diabo, não sou juiz..

esse castelo sobrevive sem meu reinado

...serei apenas o guardião, apenas

isso, do amor que guardo....