QUANDO DEIXEI O MEU MEDO ME BANIR PARA FORA DE MIM

Foi assim, devagar…

ele foi se aproximando

como não quisesse nada

e me pegou a fundo.

Penetrou em minha alma

e se fez latifundiário de mim.

Não quis negociação

promoveu desavenças

camuflou desejos

e escravizou-me…

Esse medo que invadiu-me

certa vez

fez das loucuras pequenas

grandes loucuras

Deixou-me cega

Intransigente como só

negou-me o direito

de ir e vir em mim mesma.

Fui covarde até

não neguei-lhe quaisquer

provisões

tudo lhe dava sem soberba

e esse MEDO se apoderou

de minhas propriedades

fez dos meus limites

escassos pontos de cerca aramada

fez de minhas terras verdes

com frutas maduras

e flores magestosas

um terreno árido

sem água que se bebesse

até saciar-se da sede.

Sem frutos maduros

da convivência pacífica no dia a dia

sem o labor sadio de mãos cansadas

mas bem alimentadas do amor

divino das colméias

e flores laranjais…

Eu me bani para fora de mim

ao deixar o MEDO

ingressar-me.

Sem o desejo de lutar

com o esmorecimento

até da dúvida-

ela que muitas vezes é bem vinda

e sadiamente esperada …

Fui covarde de mim

Um vassalo desacreditado

uma alma penada

uma memória sem pensamento…

O MEDO foi um dos maiores

coronéis dessa batalha

que eu não me neguei a intransigir…

Doeu muito ver-me diminuir-me

Ver-me menos que o verme

solto e livre trafegando

o caule da árvore

de meu terreno onde eu era

uma hóspede não bem vinda.

Meu olhar se fechou por MEDO

O pior foi ver o meu coração

se acovardar e não mais deixar-se amar

Isso foi o pior que fiz a mim

Não permitir-me nunca mais me amar…

E sem me amar

eu nunca mais AMEI NINGUÉM…

(Negra Noite-10/novembro/2012- em resposta à um alguém que ainda está doente de amor)

Fundo musical recomendado:

vídeo - Sinto falta desse amor-Marcus di Cesaris - Youtube

Poesia feita online no blog de milenamdiego.wordpress.com

O Poema tem a ver com o meu seguinte pensamento:

As vezes estamos tão doentes e carentes de amor que inventamos mil desculpas para não sermos amados ou amarmos... por medo de não sermos bem amados o quanto desejamos e dessa forma boicotamos algo sem darmos chance alguma para nós mesmos, em primeiro lugar.

Sofremos antecipadamente por algo que bem poderia nos dar prazer.

(Negra Noite-11/11/2012-02:03horas)

Milena Medeiros
Enviado por Milena Medeiros em 11/11/2012
Reeditado em 11/11/2012
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