A LÍNGUA PORTUGUESA
Cheia de encanto e beleza
Com suas metamorfoses
E seus algozes.
Enaltece e ridiculariza.
Aos seus amantes e filhos escraviza.
De norte a sul
Por causa dela, de leste a oeste
Encontramos o intelectual
O doutor e o cabra-da-peste.
Cheias de normas cultas
Cheias de deformações incultas.
Dominá-la não se consegue.
É escorregadia como uma cobra
Mansa e meiga como uma pomba.
Cheias de figuras e vícios de linguagem.
Podemos usar uma metáfora,
Mas nunca uma ambiguidade.
Usar uma comparação é aceitável,
Entretanto, um pleonasmo é deplorável.
Catacrese, metonímia, elipse tudo é aceito,
Cacófato e barbarismo, que preconceito!
Mas e a comunicação? Como fica?
Continua a existir, de forma coloquial ou culta.