Parodoxal
Paradoxal...
“...especulação ousada”!
Saudade é uma vingança do passado no presente. O presente não existe, pois no mesmo instante da sua realidade, ele já é passado.
O futuro ainda não existe. Ele não está lá na frente, no tempo. Ele é individual e constantemente criado a cada micro tempo de acordo o nosso livre arbítrio. A fração de tempo entre o presente e o futuro é o agora – o “elo real” -... Que, entretanto no mesmo instante já é passado.
Portanto o que temos são lembranças do passado recente e/ou longínquo... O “agora” passa-nos despercebido... Para no instante seguinte, o recordarmos como passado. Um incrível embate com o tempo – presente/passado.
O que é o futuro? Tomemos como exemplo uma viagem de carro numa autoestrada – retas, curvas, subidas, descidas, seja em que velocidade for. A cada centímetro, metro, quilômetro que se avança, se percorre, viaja-se para e/ou futuro. A cada micro instante (tempo) a paisagem muda. Imagens rápidas se sucedem, cenários se modificam, às margens ou a frente da estrada e,o viajante vê e cria uma nova e instantânea realidade (futura) e que entretanto vai ficando para traz instantaneamente virando/tornando-se passado.
O dia, por convenção tem 24 horas e, cada minuto que o relógio/tempo avança, passam-se - segundos, minutos, horas, em velocidadespassado/presente/futuro, alucinantes, só lembrados como passado. Então: saudade – sentimento daquilo que já passou, de certa maneira é uma “vingança” do passado no presente.
O que nos move e nos anima é o passado. O presente é fugaz, não tem memória... Passa-se, persegue-se o instante seguinte, qual seja o futuro. Então vivendo o passado, buscamos o futuro, não nos dando conta do “elo” que os liga: o presente.
Então viver o “presente” – o “elo real”-, e vivê-lo intensa e plenamente é o “mote”, a magia da vida, pois para quando a “vingança”(saudade) bater, as recordações, as lembranças sejam prazerosas, bem vindas.
Ai sim, viver, ter vivido valeu a pena.
Nandú 27/10/2012