Na quietude de seus gestos (A Wagner da Silva Ribeiro)
Era uma vez um bem-querer
Que em si mesmo não cabia
E de tanto prazer
Explodiu um dia
Seus farrapos, asas de cinza
Pelo ar voavam
Se perdiam
Se esgarçavam
Até a alma
De tanto amar como jamais soía
Sem que se saiba por quais motivos
Pelo prado escorria
Voz de lamentos redivivos
Vagava pela noite em agonia
Uma mulher feita de silêncios
A tudo assistia
Na quietude de seus gestos
Pelos seus olhos passava um facho de luz
Nos seus ouvidos uma voz
Eu te amo
Dizia
Repetia