Feiticeiro do esgoto
a cidade fosso
perdida a terra
no trabalhador que
Come sob a lua quente
Do sol...
E com mãos arranca
Como a enxada o
Prato de comida
O ramo de arroz...
A raiz do feijão de corda
A minhoca empazinada
De tanto comer terra
A cidade é um fosso
É um fosso escuro...
Um sol encardido
Como uma mortalha
Amarelada sob seus
Prédios, suas casas
E praça: “ uma lente
Envenenada” mil faces,
Da mesma cara desnutrida!
O ângulo
Embaçado( à prestação)
Um rebanho preso – uma
Cilada – quase muda – o calabouço que
Sabe....
o feiticeiro que viu
Quase morreu....
Como uma mão
Pode beijar
Outra outra mão
Como uma vida
Pode entrelaçar
Na outra vida...
Que outra,
Ou a mesma
senão, almas enlouquecidas do mesmo
fosso escuro...