Feiticeiro do esgoto

a cidade fosso

perdida a terra

no trabalhador que

Come sob a lua quente

Do sol...

E com mãos arranca

Como a enxada o

Prato de comida

O ramo de arroz...

A raiz do feijão de corda

A minhoca empazinada

De tanto comer terra

A cidade é um fosso

É um fosso escuro...

Um sol encardido

Como uma mortalha

Amarelada sob seus

Prédios, suas casas

E praça: “ uma lente

Envenenada” mil faces,

Da mesma cara desnutrida!

O ângulo

Embaçado( à prestação)

Um rebanho preso – uma

Cilada – quase muda – o calabouço que

Sabe....

o feiticeiro que viu

Quase morreu....

Como uma mão

Pode beijar

Outra outra mão

Como uma vida

Pode entrelaçar

Na outra vida...

Que outra,

Ou a mesma

senão, almas enlouquecidas do mesmo

fosso escuro...

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 09/11/2012
Reeditado em 09/11/2012
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