REFÉM

Fantasmas se opõem ao resgate
do que fui. Viajo em naves piratas
de bucaneiros amotinados.
Apenas teu olhar, refletido no mar,
me orienta.
Passei dos sessenta
e eis que a vida me surpreende
em adolescências abstratas,
descuidos próprios dos apaixonados,
dos valentes ingênuos que se lançam
arrebatados pela utopia,
pela emoção do combate.
Ainda luto pela liberdade, ironia
quando se trata de amar.
Meu coração ainda se rende
a ilusões que, ao redor da fogueira,
prometem eternidade e dançam
a dança da vez primeira.
Não há como recusar o destino.
Sou refém do meu amor
por mim e da minha vida contigo.

Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 08/11/2012
Código do texto: T3975789
Classificação de conteúdo: seguro