DE NOSSOS CORPOS
Disfarço a insinuante nostalgia
por trás de uma taça de champanha.
Trato-a como se fosse apenas
um dissimulado furo na sola
do sapato.
Abrigo-me no conforto do perdão
e nas desculpas cuidadosamente
construídas em tempos de covardia.
Tua lembrança já não me consola.
Brindo em mim o que é criação
e a parte linda do pavão, penas
coloridas, artefato.
Um tempo novo me acompanha
em loucuras antigas.
Nada haverá de ser simplesmente
o que fomos um dia.
Nem mesmo os minúsculos
dizeres de afetos reprimidos
serão capazes de limitar
o que nos fez melhores
em nossos abandonos.
Temos a nos dar frases amigas,
lembrar doces crepúsculos,
resgatar os sonhos divididos.
Até sermos amigos poderemos tentar,
mas das intimidades e dos suores
de nossos corpos não mais seremos donos.
Disfarço a insinuante nostalgia
por trás de uma taça de champanha.
Trato-a como se fosse apenas
um dissimulado furo na sola
do sapato.
Abrigo-me no conforto do perdão
e nas desculpas cuidadosamente
construídas em tempos de covardia.
Tua lembrança já não me consola.
Brindo em mim o que é criação
e a parte linda do pavão, penas
coloridas, artefato.
Um tempo novo me acompanha
em loucuras antigas.
Nada haverá de ser simplesmente
o que fomos um dia.
Nem mesmo os minúsculos
dizeres de afetos reprimidos
serão capazes de limitar
o que nos fez melhores
em nossos abandonos.
Temos a nos dar frases amigas,
lembrar doces crepúsculos,
resgatar os sonhos divididos.
Até sermos amigos poderemos tentar,
mas das intimidades e dos suores
de nossos corpos não mais seremos donos.