Metafóricos e Metatarsos

Tente escutar os gemidos do meu silêncio

é um som de cálices se partindo na alvorada

onde eu bebia de todas as vidas e mortes

e, aquele grito inaudível era como um zumbido.

Tente sentir a olência das flores na campa

elas tem cheiro de amor e de saudosismo

daqueles dias onde as noites prevaleceram

e, os colibris morreram de overdose de pólen.

Tente degustar o gosto daquelas letras rústicas

elas são doces e ácidas e amargas de tristezas

e sua salinidade são das lágrimas que desperdicei

e, o mar roubou todos os prantos e derramou marés.

Tente sentir a aspereza dessas planícies vagas

elas são ventres parindo novas montanhas

e seus vulcões subterrâneos vomitam seivas

e, todas as águias ainda não se procriaram nos cumes.

Tente entender minhas insanas metáforas

elas são o fruto de uma vida repleta de mistérios

e suas analogias são de dois sóis em colisão

e, se formou uma poesia esdrúxula de parábolas.