Aparências
Era um dia de outono
E meu coração batia sem esperanças,
Vagaroso e manipulado
Por mãos frias e oriundas.
A chuva caía em cântaros,
Levava embora toda a felicidade
Amor e esperança
Que um dia existira ali.
O vento uivante, amedrontador
Batia nas faces alheias
Como chibatas escravocratas,
Com o nó da escuridão.
Era como um templo fechado
De dor e tortura,
Que atingia
Todas as almas puras.
O sopro putrificante
Dominou o meu ser.
O que sou hoje,
Além do que posso dizer?
Já não sou mais nada.
Um corpo vazio, sem alma ou piedade;
Uma forma conveniente de se ter
A aparência da capacidade.