Aparências

Era um dia de outono

E meu coração batia sem esperanças,

Vagaroso e manipulado

Por mãos frias e oriundas.

A chuva caía em cântaros,

Levava embora toda a felicidade

Amor e esperança

Que um dia existira ali.

O vento uivante, amedrontador

Batia nas faces alheias

Como chibatas escravocratas,

Com o nó da escuridão.

Era como um templo fechado

De dor e tortura,

Que atingia

Todas as almas puras.

O sopro putrificante

Dominou o meu ser.

O que sou hoje,

Além do que posso dizer?

Já não sou mais nada.

Um corpo vazio, sem alma ou piedade;

Uma forma conveniente de se ter

A aparência da capacidade.

Pamela Faria
Enviado por Pamela Faria em 08/11/2012
Código do texto: T3975740
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