Sina

Crente que nunca traiu

Sentiu o chão passar a perna

Se recusando a absorver seu suor

Sem perspectiva de espaço

Sem expectativa de tempo

Dalí da sua imagem fez-se surreal

Decidiu que o jazz não convence

E que só chora em azul

Escondida em si, estridente e ruidosa

Sua sina é vagar feito o quinze

E descobrir que a fome é clássica

Só pra ter o que contar no final

Não adianta a favor ou contra

De um lado o medo da rua

Toque de recolher o sentimento

O oposto angustia pela não ação

Anularam seus direitos te dando um dever

Agora você tem um grande irmão

Eu sei que você tem outros

Que matam e morrem por sua bondade

Só que o fogo cruzado nunca sabe a diferença.

Lâmia Brito
Enviado por Lâmia Brito em 08/11/2012
Código do texto: T3975575
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