COR DE TÉDIO

As cicatrizes ainda estão vermelhas

Sinal do quanto elas são recentes

Queria ver a lua, quebrei minhas telhas

E com os pedaços fiz em mim cortes dormentes.

Pintei com sangue as paredes do meu quarto

E vi meu corpo ficar pálido no espelho

"Desculpe, mãe, pela dor que causei no parto..."

"Eu nem lembrava, gosto tanto de vermelho..."

A solidão, que pena dela, é tão carente

Assim que me viu pediu logo um abraço

Até que ela de mim não era tão diferente

Nós dois tínhamos sido vencidos pelo cansaço.

Ela então me convidou para um passeio

Fomos ao vigésimo andar de um lindo prédio

De repente um empurrão e desnorteio...

O sangue no asfalto é cor de tédio...

Weverthon Siqueira
Enviado por Weverthon Siqueira em 08/11/2012
Reeditado em 09/04/2023
Código do texto: T3974595
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